quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Autocarros Dançantes

Dezassete de Janeiro de Dois Mil e Treze. Mais um dia em que vou a caminho de Lisboa, sem saber se estou acordada ou a dormir, enquanto deixo a cabeça cair várias vezes para a frente no autocarro gelado aquelas horas da manha. "Ai a minha caminha que ficou a chamar por mim", é o que penso enquanto o autocarro nunca mais chega ao destino. Tenho de vos explicar que eu a minha cama temos uma relação muito complicada, em que se baseia no termo "one night stand", mas todas as noites. É uma coisa só nossa. Já para não falar do tempo, que nem chove, nem faz sol, e as pessoas não estou secas, nem molhadas, estão peganhentas com alguma espécie de humidade que existe no ar. Nada agradável. Mas tem de ser, temos todos de fazer pela vidinha. Ainda assim enchi-me que coragem e pensei "és uma mulher valente e hoje vais para Lisboa em saltos de 16 cm!". E assim foi. E quem diria que a coisa correu bem. Mesmo bem. A conduzir e tudo. Estou a ficar experiente. Voltando ao autocarro, e deixem-me dar os parabéns ás companhias rodoviárias, pois para além de terem colocado WI-FI grátis em maioria dos ditos transportes, também instalaram recentemente cadeiras de massagem em substituição dos bancos regulares. Isto é que penso que foi mesmo a nível global, pois em cada viagem de autocarro que faço, fico com as costas e o rabo "massajado" com toda a vibração do raio do transporte público. É que sinceramente, já nem sabia se havia de rir ou de chorar com a situação. Experimentem vocês escrever este texto que estou para aqui a escrevinhar, num telemóvel de ecrã táctil num autocarro que abana e treme por todos os lados. Posso desde já dizer-vos que é uma grande aventura. Mas aventuras que se devem fazer com um sorriso no rosto e evitar ralhar com o senhor condutor que não tem culpa nenhuma. Coitado, se calhar também sofre do mesmo mal que os passageiros que transporta. Por isso sejam bonzinhos, sim? E agora é só aguardar que para a semana lá vou outra vez, para o martírio dos autocarros "dançantes", como lhes chamei hoje.

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