quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Chuva de Setembro.
Já é tradição existir chuva em Setembro, tanto que eu e a mesma já travámos uma amizade de longa data que teima em fortalecer laços nestas alturas. Somos companheiras de estrada, se sono e de pensamentos. Somos companhia de emoções, de passeios de gabardine e galochas e do cabelo molhado. Somos um só e não somos nada na realidade. Porque como poderia eu ser amiga da chuva se cada gota de água ganha uma nova vida assim que bate na superficie do chão, evaporando-se, voltando a criar novas gotinhas de água, esquecendo assim quem foi e o que contribuiu? Mas ainda assim é uma grande companheira, para os pensamentos sombrios que por vezes me ultrapassam a cabeça como flechas repletas de veneno, e para as noites bem dormidas em sintonia com o som da água a bater na janelas e nas paredes do quarto. Há quem tenha medo, para mim é sinal de calma e de momentos pacificos comigo mesma. É uma qualidade maravilhosa da natureza que me deixa tranquila, e mesmo se for acompada pela sua fiel companheira, a trovoada, a minha calma e estado de paz é o mesmo ou maior ainda. Desde o som, a luz, a energia em todo o processo, é algo do mais fascinante que existe. Um processo necessário para a nossa sobrevivencia, e que acaba por ser tão complexo que o ser humano não consegue reproduzir. Quando se trata de vida, o ser humano é completamente arrasado pelas capacidades naturais da natureza e é isso que a torna mágica e tão importante para mim. A chuva de Setembro é assim, certinha e única. Com aquele cheirinho a terra molhada, naquele espaço que o verão deixou completamente cheio de sede. A relva volta a ser verde, e as árvores ganham energia para mais uma temporada. É a minha amiga e companheira e não sei como mais a posso elogiar.
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